27/07/15 Seg 8h20
África
Pastor Eli faz um relato sobre sua viagem a Moçambique
O pastor Eli Berbeth de Carvalho da Igreja Presbiteriana Renova esteve em Moçambique, África, há algumas semanas. Lá visitou os missionários de Mamborê Jaqueline Aparecida Ponce Cruz e seu filho Manasses Ponce Cruz e conheceu um pouco da realidade local. O pastor fez um relato sobre suas impressões no continente africano. Confira abaixo:

Quanto à realidade de Moçambique na África, não é muito diferente da realidade brasileira. Existe um lado bem pobre, e há também um grupo reduzido de pessoas que têm posses financeiras. Quanto à pobreza, ela é muito grande,  e vista por todos os lados que se anda por lá. Os recursos são muito pequenos, impedindo que a alimentação chegue à mesa dos africanos. Estive na cidade de Beira, que é a capital da província de Sofala, com cerca de 430 mil habitantes. A cidade vive do comércio e do porto, que movimenta carga geral. O comércio é muito parecido com o do Paraguai. Toda esquina você vê, uma barraca pequena e coisas para serem vendidas, principalmente alimentos (banana, mexerica, algumas poucas verduras, batata doce e mandioca).

Mais ao centro o comércio é de coisas em geral, como sapatos, eletrônicos, roupas que vem de campanhas de outros países e que são doados e eles vendem a preço baixo à população. Algumas famílias não têm nenhuma condição financeira e chegam a comer terra como alimento. Quando se tem açúcar, este é acrescentado à terra, e dado aos filhos. Existe ainda uma comida muito comum a todos eles chamada “chima”, Semelhante à nossa “Maizena”, feita sem nenhum tempero; um tipo de polenta nossa, sem tempero. Eles comem e tomam água, uma vez por  dia, e é o que os sustenta. Os mais humildes, as suas casas são feitas de barro e cobertas com capim, que parecem ocas indígenas.

Habitação e clima

A maioria das casas não tem iluminação elétrica. Quanto ao centro de Beira, existem muitos prédios, mas a maioria em situação bem deplorável. São muito antigos e sem nenhum reparo. Poucos são prédios novos, que ficam bem ao centro, como bancos e outros comércios. O clima é muito quente no verão chegando até a 45°C. Agora, em julho (inverno), estava na faixa de 25° a 30°C.

As famílias por lá têm muitos filhos. A maioria deles tem de 9 a 15 filhos. Só que a mortalidade é muito grande, devido às doenças que são em grande escala também. Praticamente não existe esgoto. Ao centro, onde existe um rio, o mesmo é totalmente poluído. Grande quantidade de lixo pode ser vista no rio, como garrafas pet, e o mal cheiro insuportável.

Na cultura deles, quanto a carregar peso, é a mulher que o faz. Nas igrejas, os homens sentam nos bancos, e as mulheres ficam ao chão, sentadas em esteiras. É um povo muito amável com os turistas. São muito receptivos e calorosos com os visitantes. Ficam admirados de ver uma pessoa de cor branca. Os brasileiros são muito bem vindos por lá.

Transporte

O trânsito deles é um caos. Usam muito a buzina. O lado do motorista é o direito, dentro dos veículos. Há uma espécie de moto, chamada "chopela", que carrega 3 passageiros, além do motorista.

 
Algumas casas


Uma das igrejas visitadas pelo pastor Eli (chão batido)


A bicileta é um meio de transporte comum. Missionários a usam para visitar igrejas


"Apesar do sofrimento, a alegria está estampada no rosto dos africanos" Pastor Eli

Missionários de Mamborê

Quanto ao trabalho dos missionários (Jaqueline e Manasses), eles moram em um bairro, chamado Matacuane. Já registraram no Brasil, toda a documentação, e estão providenciando o registro lá também. A Acampla é uma missão que tem por finalidade atenuar o sofrimento do povo africano. Eles têm um programa de desenvolvimento econômico e social, que visa abençoar os menos favorecidos. Trabalham visando uma melhor qualidade de vida, prevenção de saúde física, corte e costura, artesanatos, além do trabalho de ensino de cunho religioso (evangelismo). A aceitação do trabalho por parte dos africanos é lindo. Já tem mulheres que estão fazendo artesanatos e vendendo para ajudar na casa. Outros já aprenderam a costurar e estão começando a ganhar seu dinheiro.

A Acampla é um projeto idealizado pelos missionários e que tem a ajuda da Igreja Presbiteriana Renovada de Mamborê. Além de nossa igreja, existe outros parceiros, que colaboram para o sustento do projeto na África. Qualquer pessoa, que quiser colaborar financeiramente, pode fazer através uma conta no Banco do Brasil, cujos dados são: Agência 0618-1, conta corrente n° 32.167-2. O projeto é sério, e visa ajudar os nossos irmãos moçambicanos. Para qualquer outra informação, podem me procurar aqui em Mamborê. Existe um site que pode ser visitado por quem se interessar em conhecer melhor o projeto: www.acamplaafrica.com.br, e ter contato com os missionários mamboreenses.

Pastor Eli de Carvalho

Chopela
 
Rio poluído

Abaixo, algumas fotos enviadas pelos missionários, neste domingo (27). As imagens são do percurso realizado pelos mamboreenses, até a Vila Amitiquirique, localizada a 100 Km de onde residem. Vinte quilômetros foi feito de bicicleta.