O pastor Eli Berbeth de Carvalho da Igreja Presbiteriana Renova esteve em Moçambique, África, há algumas semanas. Lá visitou os missionários de Mamborê Jaqueline Aparecida Ponce Cruz e seu filho Manasses Ponce Cruz e conheceu um pouco da realidade local. O pastor fez um relato sobre suas impressões no continente africano. Confira abaixo:
Quanto à realidade de Moçambique na África, não é muito diferente da realidade brasileira. Existe um lado bem pobre, e há também um grupo reduzido de pessoas que têm posses financeiras. Quanto à pobreza, ela é muito grande, e vista por todos os lados que se anda por lá. Os recursos são muito pequenos, impedindo que a alimentação chegue à mesa dos africanos. Estive na cidade de Beira, que é a capital da província de Sofala, com cerca de 430 mil habitantes. A cidade vive do comércio e do porto, que movimenta carga geral. O comércio é muito parecido com o do Paraguai. Toda esquina você vê, uma barraca pequena e coisas para serem vendidas, principalmente alimentos (banana, mexerica, algumas poucas verduras, batata doce e mandioca).
Mais ao centro o comércio é de coisas em geral, como sapatos, eletrônicos, roupas que vem de campanhas de outros países e que são doados e eles vendem a preço baixo à população. Algumas famílias não têm nenhuma condição financeira e chegam a comer terra como alimento. Quando se tem açúcar, este é acrescentado à terra, e dado aos filhos. Existe ainda uma comida muito comum a todos eles chamada “chima”, Semelhante à nossa “Maizena”, feita sem nenhum tempero; um tipo de polenta nossa, sem tempero. Eles comem e tomam água, uma vez por dia, e é o que os sustenta. Os mais humildes, as suas casas são feitas de barro e cobertas com capim, que parecem ocas indígenas.
Habitação e clima
A maioria das casas não tem iluminação elétrica. Quanto ao centro de Beira, existem muitos prédios, mas a maioria em situação bem deplorável. São muito antigos e sem nenhum reparo. Poucos são prédios novos, que ficam bem ao centro, como bancos e outros comércios. O clima é muito quente no verão chegando até a 45°C. Agora, em julho (inverno), estava na faixa de 25° a 30°C.
As famílias por lá têm muitos filhos. A maioria deles tem de 9 a 15 filhos. Só que a mortalidade é muito grande, devido às doenças que são em grande escala também. Praticamente não existe esgoto. Ao centro, onde existe um rio, o mesmo é totalmente poluído. Grande quantidade de lixo pode ser vista no rio, como garrafas pet, e o mal cheiro insuportável.
Na cultura deles, quanto a carregar peso, é a mulher que o faz. Nas igrejas, os homens sentam nos bancos, e as mulheres ficam ao chão, sentadas em esteiras. É um povo muito amável com os turistas. São muito receptivos e calorosos com os visitantes. Ficam admirados de ver uma pessoa de cor branca. Os brasileiros são muito bem vindos por lá.
Transporte
O trânsito deles é um caos. Usam muito a buzina. O lado do motorista é o direito, dentro dos veículos. Há uma espécie de moto, chamada "chopela", que carrega 3 passageiros, além do motorista. |
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Algumas casas
Uma das igrejas visitadas pelo pastor Eli (chão batido)
A bicileta é um meio de transporte comum. Missionários a usam para visitar igrejas
"Apesar do sofrimento, a alegria está estampada no rosto dos africanos" Pastor Eli
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Missionários de Mamborê
Quanto ao trabalho dos missionários (Jaqueline e Manasses), eles moram em um bairro, chamado Matacuane. Já registraram no Brasil, toda a documentação, e estão providenciando o registro lá também. A Acampla é uma missão que tem por finalidade atenuar o sofrimento do povo africano. Eles têm um programa de desenvolvimento econômico e social, que visa abençoar os menos favorecidos. Trabalham visando uma melhor qualidade de vida, prevenção de saúde física, corte e costura, artesanatos, além do trabalho de ensino de cunho religioso (evangelismo). A aceitação do trabalho por parte dos africanos é lindo. Já tem mulheres que estão fazendo artesanatos e vendendo para ajudar na casa. Outros já aprenderam a costurar e estão
começando a ganhar seu dinheiro.
A Acampla é um projeto idealizado pelos missionários e que tem a ajuda da Igreja Presbiteriana Renovada de Mamborê. Além de nossa igreja, existe outros parceiros, que colaboram para o sustento do projeto na África. Qualquer pessoa, que quiser colaborar financeiramente, pode fazer através uma conta no Banco do Brasil, cujos dados são: Agência 0618-1, conta corrente n° 32.167-2. O projeto é sério, e
visa ajudar os nossos irmãos moçambicanos. Para qualquer outra informação, podem me procurar aqui em Mamborê. Existe um site que pode ser visitado por quem se interessar em conhecer melhor o projeto: www.acamplaafrica.com.br, e ter contato com os missionários mamboreenses.
Pastor Eli de Carvalho |